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Panthers no Draft: O que fazer com as escolhas 33 e 39?

 

BEM-VINDOS DE VOLTA, PANTHER NATION! De cara nova, o Panthers Brasil retorna às atividades em uma época que tem sido bastante especial para todos nós: o Draft da NFL. Graças aos fracassos recentes do Carolina Panthers, a noite de escolhas de prospectos vindos do futebol americano universitário virou sinônimo de esperança para os torcedores. Em 2024, porém, existe uma diferença crucial em relação aos anos anteriores, uma vez que os Panthers não possuem a sua escolha de primeira rodada, envolvida na troca por Bryce Young, o primeiro jogador a ser selecionado no Draft do ano passado.

Assim, resta à franquia de Charlotte se contentar com a 33ª escolha do Draft, a primeira da segunda rodada, consequência de duas míseras vitórias na temporada anterior. Apesar disso, o GM Dan Morgan, ao lado dos também recém-chegados Dave Canales e Brandt Tilis, instaurou o que parece ser uma nova abordagem às decisões do front office dos Panthers. A free agency agressiva tratou de preencher algumas lacunas que restavam no elenco, mas não todas. É aí que entram as possibilidades de escolha na 33 e na 39.

 

Qual caminho seguir?

As escolhas acontecem apenas no segundo dia do Draft, ou seja, teremos praticamente 24 horas para especular quais serão os primeiros jogadores a serem selecionados na Era Morgan. O segredo é nos preparar para as incontáveis alternativas que podem tomar parte no dia 26 de abril. Dentre elas, as principais envolvem desde uma nova arma para Bryce Young até um possível trade down, a depender do talento disponível.

Bryce como prioridade

Não é segredo para ninguém que os Panthers precisam continuar reforçando o grupo de recebedores. Na temporada passada, com exceção do veterano Adam Thielen, não existiu uma alma que conseguisse ficar aberta para os passes de Bryce Young, escolhido pontualmente para dissecar defesas com seu rápido processamento. Durante a free agency, Dan Morgan deu o primeiro passo para mudar esse panorama ao trocar pelo wide receiver Diontae Johnson, ex-Steelers, mas talvez não seja o suficiente.

A classe de 2024 é especialmente profunda em recebedores, o que favorece os Panthers a suprirem a necessidade na 33. Nomes como os de Troy Franklin, de Oregon, Ladd McConkey, de Georgia, Keon Coleman, de Florida State, Xavier Legette, de South Carolina, Xavier Worthy, de Texas, e até mesmo Ricky Pearsall, de Florida, aparecem como talentos a serem avaliados cuidadosamente na posição.

Particularmente, sou a favor da escolha de Troy Franklin ou Ladd McConkey, dois prospectos polidos no route running, qualidade que combina com o estilo de Young. Franklin dispensa apresentações, afinal, detém o recorde de jardas e touchdowns recebidos em uma única temporada pelos Ducks. McConkey não teve a mesma produção estelar, mas, tal qual o companheiro de profissão de Oregon, sabe ficar livre e induzir defensores ao erro.

 

 

Os dois jogadores não só compartilham os prós, mas também o grande contra. Ambos não possuem um físico privilegiado e sentem dificuldades quando estão alinhados contra defensores mais agressivos. Com uma NFL cada vez mais técnica, nada que uma boa dieta (alô, João Marcelo Thalhofer) e rotina de treinos contra Jaycee Horn não possam resolver o obstáculo a longo prazo.

Olhos no céu

Quinyon Mitchell, de Toledo, e Terrion Arnold, de Alabama, estão praticamente fora da equação, porém a chance de Kool-Aid McKinstry, também de Alabama, Nate Wiggins, de Clemson, e Cooper DeJean, de Iowa, estarem às ordens é plausível. McKinstry tem ótimos instintos, embora possa cair no Draft pelo atleticismo questionável, enquanto Wiggins e DeJean esbanjam capacidade atlética, mas não são exemplos tão bons de disposição e técnica, respectivamente. TJ Tampa, de Iowa State, corre por fora.

Quando o assunto é defesa dos Panthers, uma das carências que salta aos olhos é a secundária. Donte Jackson foi incluído na troca por Diontae Johnson, Jaycee Horn não consegue se manter saudável e Troy Hill e Dane Jackson, por mais que sejam úteis, estão longe de serem a solução ideal para o problema. No entanto, a classe de cornerbacks não é tão profunda quanto a de recebedores e a escolha de um deles vai ser condicionada pelo talento que sobrar.

 

O melhor possível

As necessidades dos Panthers não se limitam aos recebedores e aos cornerbacks, pelo contrário. Justamente por isso, Dan Morgan também pode considerar escolher o melhor prospecto disponível na 33, independentemente da posição, caso o valor seja condizente. Em simulações, os nomes do center Jackson Powers-Johnson, de Oregon, do edge Chop Robinson, de Penn State, e do linebacker Payton Wilson, de NC State, são os mais cotados.

Powers-Johnson venceu o Rimington Trophy em 2023, dado ao melhor center do futebol americano universitário, e seria mais uma adição ao interior da linha ofensiva que ganhou o reforço dos guards Robert Hunt e Damien Lewis na free agency. Robinson é outro edge super atlético vindo de Penn State que precisa desenvolver o seu arsenal de pass rusher. Já vimos esse filme com Yetur Gross-Matos em 2020, resta saber se o roteiro do boom or bust toma o rumo do boom dessa vez.

 

Por fim, Payton Wilson galgou um carinho especial entre os torcedores dos Panthers após receber as bênçãos do ídolo Luke Kuechly. Wilson de fato é o melhor linebacker da classe e viria para ajudar a repor a saída de Frankie Luvu para os Commanders, somado à contratação de Josey Jewell, ex-Broncos, na free agency. O LB de NC State é destaque por ser um protótipo da posição no que diz respeito às medidas (1,93m e 105kg), além de ter um instinto apurado e atleticismo o suficiente para cobrir o campo de uma lateral a outra.

 

Na melhor (mesmo) das hipóteses, talentos como Jer’Zhan Newton, defensive tackle de Illinois, e Laiatu Latu, edge de UCLA, podem cair no colo dos Panthers. Newton seria um ótimo parceiro para Derrick Brown, que vem da melhor temporada da carreira. Já Latu teria a chance de aprender sob a batuta de Jadeveon Clowney e renovar as crenças perdidas na pressão ao quarterback depois da troca de Brian Burns para o New York Giants.

Sandálias da humildade

Por outro lado, na “pior” das hipóteses, os Panthers podem acabar sem um jogador que valha a pena escolher na 33. Nesse caso, a melhor opção é trocar a escolha e esperar o valor dos jogadores se ajustar. Ajuda Dan Morgan ter a pick 39, adquirida na troca de Burns, porque o leque de opções se expande ainda mais. Descer para a região entre a 40 e a 50 e acumular mais escolhas, sejam elas deste ou do próximo Draft, é um desfecho viável, sobretudo para uma franquia que precisa se remodelar urgentemente.

E na 39?

A escolha de um jogador na 39 está diretamente atrelada ao que acontecer na 33. Se os Panthers selecionarem um recebedor na sua primeira escolha, é bem provável que não repitam o mesmo plano na escolha seguinte, por exemplo. Dito isso, por se tratar de Draft, naturalmente alguns jogadores deslizam mais do que o esperado e parte dos citados anteriormente podem, sim, alongar a espera da tão sonhada ligação telefônica até a 39.

Mais natural do que isso é a variedade do cardápio aumentar por conta do valor. Conforme as escolhas vão se sucedendo, novos jogadores vão angariando porte, tais como o wide receiver Adonai Mitchell, de Texas, o defensive tackle Braden Fiske, de Florida State, o guard Cooper Beebe, de Kansas State, o linebacker Edgerrin Cooper, de Texas A&M, e o center Zach Frazier, de West Virginia.

-Adonai Mitchell foi um recruta cinco estrelas saindo do high school e chegou a ser projetado como uma escolha de primeira rodada neste Draft. Entretanto, a sua produção em Texas não correspondeu às expectativas e dúvidas sobre o seu caráter e saúde pairam no ar.

 

-Já Branden Fiske fez um combine que comprovou todo o atleticismo mostrado em sua grande temporada com Florida State. Com 24 anos, a idade e as medidas aquém das esperadas são os contras.

 

-Beebe não cedeu nenhum sack em suas últimas três temporadas como um Wildcat. Possui a versatilidade de jogar também como tackle, apesar de a desenvoltura não ser a mesma mostrada como guard.

 

-Cooper é atlético como o parceiro de posição Payton Wilson, mas não dispõe dos mesmos instintos ou inteligência. Lembra o Luvu na capacidade de ir atrás do quarterback.

 

-Um degrau abaixo de Powers-Johnson, Frazier é mais um que faria sentido na composição da linha ofensiva dos Panthers. Competente nos jogos aéreo e corrido, ele ainda carece de molejo.

 

Jornalista apaixonado por histórias, esportes e Cam Newton. Torcedor do Carolina Panthers desde 2014, por causa do modo carreira do Madden.

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